O APAIXONANTE CLODOVIL HERNANDES
Oi, meus erês, meus curumins, meus anjos de luz!
Durante a
semana compartilhei, no Facebook, um post com uma frase do Clodovil. Muitos
amigos me perguntaram, através do próprio Face e ainda por telefonemas, sobre
minhas experiências com ele, me pedindo para que as contasse. Então vamos lá....
Meu primeiro
encontro com o Clodovil foi aqui em Curitiba, na Ópera de Arame, onde o seu
programa seria gravado. Edson Cordeiro e eu seríamos entrevistados. Enquanto o Edson estava se arrumando no
camarim, o Clodovil se aproximou de mim e o meu coração disparou, a minha alma
entrou em alegria. O perfume, a pele dele e o seu olhar despertaram dentro do
meu coração uma emoção que faltam-me palavras para expressar. Era um sentimento
muito bom de uma pessoa nobre e elegante, de um homem justo. Passados alguns minutos da nossa
conversa, em off, ele fez uma
observação, que me fez morrer de vergonha, sobre um dos meus dentes que estava
mais escuro que os demais. Acontece que eu ainda estava fazendo um tratamento
odontológico. Quando ele falou aquilo, fiquei sem saber o que falar. Ele me
abraçou e falou: “Loira, você é muito linda! Eu olho pra você e vejo a Catherine
Deneuve, vejo também um “quê” de Hebe Camargo, de Renata Sorrah. Você tem
traços marcantes e expressivos. Só estou tentando te aconselhar.” Depois, então,
seguiram-se as apresentações daquele dia, quando muitas autoridades
governamentais também estavam presentes.
Não demorou
para que eu fosse convidada pela sua produção para ir a São Paulo e a Ilci
Fries agendou os horários. Quem levou-me até a emissora foi a Vanusa Schmidt.
Novo encontro, nova emoção... e o abraço que ele me deu foi muito mais forte.
Então brinquei com ele: “Terminei meu tratamento odontológico, Clodovil!” E ele
me falou: “Você levou a sério aquilo, hein menina?” Eu, muito atrevida, falei
pra ele: “Clodovil, você é apaixonante! Aposto que você encanta corações
masculinos e femininos. É encantador! Está
acima do padrão normal dos terrenos.”
O primeiro
bloco das entrevistas seria da socialite
Marina de Sabrit, mas ela tinha ficado presa no trânsito e o programa precisava
começar. Um dos anunciantes era de fábrica de colchões. Clodovil rapidamente me
puxou. Deitamos no colchão e eu ria como uma “tonta”. Nem sabia que já estava
no ar. Eu falava: “Pense! Eu na cama com o Clodovil!” Ele ria e assim o
programa foi acontecendo. Ele contou para os telespectadores que nós dois
participamos de um jantar com o governador, com o prefeito e várias autoridades
da época. Fiquei vermelha como um pimentão, porque ele me elogiou demais. Nisso,
a Marina chegou à emissora e foi entrevistada.
Se alguém que está lendo este texto souber como
posso fazer contato com a Marina de Sabrit, peço o seu auxílio, pois creio que
ela tenha a fita de vídeo completa desse programa que passou em São Paulo e no ABC
paulista e eu gostaria de uma cópia.
Terminada a
entrevista dela, voltei para participar dos próximos blocos. Encerrado o programa,
fomos para os camarins. Naquela altura, já sabia que não estava sozinha pois sentia
o espírito da mãe de Clodovil. Demoraria muito tempo para procurar papel e
caneta para psicografar e ela não queria que fosse assim. Por isso usei a
técnica que mais gosto: a incorporação, ainda que com muita discrição. Então,
sua mãe o abraçou e conversou com ele. Quando percebeu que era a sua mãe, as
lágrimas rolaram pelo seu rosto. Ainda em meu corpo, o acolheu. Ele sentiu seu
perfume e deste encontro outros surgiram em sua residência particular em
Ubatuba.
Clodovil falava muito bem de seus funcionários,
na companhia dos quais dizia se sentir muito bem. Contou-me várias coisas de
sua vida. Nesta ocasião, comuniquei a ele todos os seus reencarnes. Alertei-o
que precisava, com urgência, gravar um CD onde cantasse, e voltar aos palcos,
realizando um musical ao estilo daqueles que ocorrem na Broadway. Ele levantou
as sobrancelhas, segurou o queixo com a mão esquerda, passou os quatro dedos no
queixo e levou o dedo indicador à têmpora, enquanto o polegar ficou no queixo e
garantiu-me que pensaria no caso. Eu, audaciosa e responsável com os recados
espirituais, afirmei-lhe: “Fazer um musical que mostre o teu potencial masculino
e feminino, no qual você possa usar roupas que sejam femininas da cintura para
baixo e masculinas da cintura pra cima, ou vice-versa. Ele começou a rir como um “doido” e me perguntou qual o
outro adereço que poderia usar para combinar. Respondi: “Sapato alto e piteira!”.
Trabalhei com ele neste projeto dando-lhe suporte espiritual. Várias vezes ele
quis colocar o meu nome em seus projetos, mas, por timidez, não aceitei. A mim,
bastava vê-lo bem e tê-lo por perto e para a mãe dele, também. E assim fomos
prosseguindo.
Passado algum tempo, falei que o mundo
político o aguardava. Ele não queria. A mãe dele insistia também. Por essa
razão, mais tarde, aceitou e trilhou
este caminho.
Compartilhei
com ele o pôr do sol, em Ubatuba. Ganhei dele adereços de índios e livros. Chegamos
a trocar livros, ele me dava os seus e eu, os meus. Então, eu, muito “cara-de-pau”,
pedi a ele que desenhasse um uniforme para mim, que eu pudesse usar sempre e no
qual pudessse costurar o símbolo da minha Instituição, como um bordado ou outra
coisa. Ganhei dele o desenho, mas ele já me avisou que não iria costurá-lo
porque isso não lhe dava mais prazer. Entreguei-o à minha amiga Giselda
Geraldo, que era costureira, e ela confeccionou o meu traje posteriormente. Uma
roupa que usei várias vezes, em noites e tardes de autógrafos.
Participei
ainda de outros dois programas dele mais tarde. Tivemos outros momentos
interessantes e especiais, os quais prefiro guardar só em meu coração...
Assino este
texto onde o papel é a união das pétalas de rosa branca, salpicadas com o dourado
do Sol e bordadas com a luminosidade da Lua. Com a espada de Joana D'Arc, eu
desenho um coração em cada coração.
CARMEM FAINI TIEPOLO DE AGUIAR
Digitação, revisão textual e publicação:
Maria da Graça Mendonça Gallotti
Maíra Gallotti Frantz
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